Pfizer vai ampliar testes clínicos em crianças menores de 12 anos e deve fazer nova oferta ao Brasil para 2022

Vacina está autorizada para uso em crianças com 12 anos ou mais na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá; no Brasil, imunização segue em ritmo lento

Equipe InfoMoney

Logotipo da Pfizer (Bloomberg)
Logotipo da Pfizer (Bloomberg)

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SÃO PAULO – A Pfizer anunciou na terça-feira (8) que iniciará os testes de sua vacina em um grupo maior de crianças com menos de 12 anos. A farmacêutica e sua parceira alemã BioNTech já haviam informado no fim de março que tinham começado a testar o imunizante em menores de 12 anos na esperança de ampliar a vacinação a esta faixa etária até o início de 2022.

Os testes começaram com um pequeno grupo após uma dose menor da vacina em um estágio mais inicial do estudo ser selecionada para a aplicação. Segundo a empresa, nesta nova etapa, a pesquisa vai incluir até 4.500 crianças em mais de 90 clínicas nos Estados Unidos, Finlândia, Polônia e Espanha.

Vale lembrar que a vacina está autorizada para uso em crianças com 12 anos ou mais na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. Para crianças e jovens entre 12 e 18 anos a dose é a mesma que os adultos recebem, de 30 microgramas.

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De acordo com empresa, no entanto, considerando o estudo de fase 1 com o primeiro grupo, de 144 crianças, a Pfizer irá testar uma dose de 10 microgramas em crianças com idades entre 5 e 11 anos, e de 3 microgramas para o grupo entre 6 meses e 5 anos de idade.

De acordo com a Anvisa, o pedido foi feito no dia 13 de maio e a agência tem 30 dias para respondê-lo, depois de analisar estudos apresentados pelo laboratório.

Segundo a Reuters, um porta-voz da Pfizer explicou que a expectativa é de que os resultados dos testes para o grupo entre 5 e 11 anos saiam em setembro, e que provavelmente a farmacêutica vai solicitar às agências reguladoras a autorização para uso emergencial no mesmo mês. Para crianças entre 2 e 5 anos e para o grupo entre 6 meses e 2 anos a ideia é ter os resultados até  novembro.

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Segundo informações do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) dos EUA, quase 7 milhões de adolescentes receberam ao menos a primeira dose da vacina no país.

Brasil: inclusão de menores de 12 anos na bula, e mais doses para 2022

A vacina também obteve registro no Brasil concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no último dia 31, a empresa informou que pediu autorização para incluir a imunização de adolescentes a partir de 12 anos na bula de sua vacina contra a Covid-19.

Porém, por aqui uma polêmica em relação á Pfizer vem sendo o centro das atenções na CPI da Pandemia. O ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten confirmou que o contato da Pfizer com autoridades brasileiras por meio de carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outras autoridades.

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De acordo com o ex-secretário, em quase dois meses, não houve resposta por parte das autoridades brasileiras à tentativa de contato. Ele afirmou que enviou e-mail aos representantes da farmacêutica norte-americana em 9 de novembro. No mesmo dia, Carlos Murillo, presidente da Pfizer no Brasil, teria entrado em contato.

Segundo ele, a proposta inicial abordava inicialmente “irrisórias” 500 mil doses, e não as 70 milhões. Porém, ele foi desmentido por Murillo, que afirmou que a Pfizer fez três propostas entre agosto e novembro com diferentes condições, volumes de doses e preços.

O executivo da Pfizer, no entanto, afirmou que as ofertas tinham validade e que “o governo nem aceitou, nem rejeitou as ofertas. (…) Não tivemos resposta positiva, nem negativa”, relatou.

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A situação colocou o governo Bolsonaro em xeque, já que não houve resposta sobre a compra das doses com um Brasil em meio à crise e mortes que passavam dos 120 mil na época. Segundo os dados mais recentes divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa, o país já perdeu mais de 477 mil vidas, com mais de 17 milhões de casos confirmados.

A CPI ainda está acontecendo. Nesta terça (8), Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde, deu seu segundo depoimento.

Apesar das recusas, também nesta terça-feira a Pfizer fez uma nova proposta ao governo brasileiro, desta vez com foco em 2022. De acordo com a apuração do Valor Econômico, uma reunião deve ser realizada na próxima semana para definir os termos do possível novo contrato.

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Na teoria o governo segue reafirmando que pretende vacinar toda a população até dezembro deste ano, e tem contratos fechados que somam cerca de 660 milhões de doses, o que permitiria dar praticamente três doses por pessoa.

No entanto, até agora, somente 24% da população já recebeu pelo menos uma dose, de acordo os dados do consórcio da imprensa. Os brasileiros que já receberam a segunda dose, essencial para a imunização completa, representam apenas 11% da população.

Segundo o jornal, o governo vem organizando a estratégia para 2022 e deve contar principalmente com a produção local da Fundação Oswaldo Cruz, que produz a vacina da AstraZeneca, e pode fornecer cerca de 180 milhões de doses anualmente, e com ado Butantan, que produz a Coronavac, e vem tentando aprovação para iniciar os testes clínicos da Butanvac, vacina desenvolvida no Brasil pelo instituto. A expectativa é que cerca de 30 milhões de doses da Butanvac sejam disponibilizadas ao governo federal.

*Com Reuters

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