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SÃO PAULO – O ABN Amro propõe um exercício interessante para compreender o grau dos trade-offs existentes entre política fiscal e política monetária no Brasil e suas implicações sobre o nível atual da taxa de juro.
Trata-se de um teste econométrico para avaliar a hipótese de estímulos fiscal e monetário simultâneos em 2007 e 2008. Algo contra-intuitivo, já que “a expansão fiscal representa um limite para taxas de juro menores”, conforme explicam os economistas do ABN.
O que prevê a teoria?
Um dos gatilhos está na flexibilização da Selic, que tende a continuar incentivando a demanda agregada. Outro está com os efeitos multiplicadores a partir dos gastos públicos. Em um cenário de equilíbrio estacionário, expansões em uma das variáveis são compensadas por contrações na outra.
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Neste caso, a equipe do ABN Amro deseja saber em que medida o aumento da Selic (contração monetária) pode compensar eventuais exageros derivados da elevação nos gastos públicos, de modo que o equilíbrio seja mantido. Busca-se, portanto, uma medida de trade-off.
Avaliando o trade-off
Para identificar quão maior deve ser a Selic para neutralizar impactos de expansão fiscal, os economistas desenvolveram um modelo econométrico que considera dados de demanda, juro, gastos públicos e taxa de câmbio nos últimos trimestres.
A conclusão estatística é de que – outras variáveis constantes – cada ponto percentual a mais do PIB (Produto Interno Bruto) referente a despesas do governo exige um acréscimo de aproximadamente 2,5 pontos percentuais na taxa real de juro.
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A lógica inversa também é válida. Se o governo diminuir seus gastos em um ponto percentual do PIB, haverá espaço para redução de 2,5 pontos percentuais na taxa real de juro.