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SÃO PAULO – Em um setor que se beneficia do e-commerce, o de aluguel de galpões logísticos, a Log Commercial Properties (LOGG3) teve um forte resultado em 2020, tomando impulso com a pandemia do coronavírus em vez de ser prejudicada por ela.
O lucro líquido da companhia foi de R$ 142,57 milhões no ano passado, valor 52,8% superior ao registrado em 2019. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) avançou 39% em 2020, atingindo R$ 251,48 milhões. A receita totalizou R$ 141,54 milhões, o que representa um crescimento de 10,5% sobre o ano anterior.
Agora em 2021, a expectativa é de que o cenário se estabilize. Em entrevista ao InfoMoney, o presidente da empresa, Sérgio Fischer, disse que não dá para esperar outra disparada na participação do comércio eletrônico em relação ao varejo físico (essa fatia dobrou de 5% para 10% no ano passado), mas que o ano pode servir para consolidar a companhia em termos de abrangência nacional e expandir metas de Área Bruta Locável (ABL).
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“Nosso movimento nos próximos anos é aumentar a diversificação regional trazendo o cliente junto”, afirma. “Em 2020 chegamos à região Norte e hoje estamos em 32 cidades. O nosso diferencial é que atuamos em todos os grandes centros de consumo, as cidades com mais de 1 milhão de habitantes, nas quais existe demanda por galpões por alta qualidade.”
O plano “Todos por UM”, criado em 2019, falava em aumentar em um milhão de metros quadrados a ABL da Log até 2024. Depois do resultado de 2020, Fischer conta que foi necessário atualizar a meta para 1,4 milhão de m², pois a compra de terrenos para incorporação já chegou a 1 milhão de m².
Contabilidade impactou o 4º tri
Apesar do ano positivo, o quarto trimestre teve números que geraram mais controvérsia entre os analistas. O lucro líquido da Log foi de R$ 36,8 milhões no quarto trimestre de 2020, 9,4% menor frente 2019. O Ebitda, por sua vez, somou R$ 50,4 milhões, redução de 13,9%. A receita líquida, por fim, foi de R$ 36,35 milhões, resultado 4,8% maior que o do quarto trimestre do ano anterior.
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Para Renan Manda e Lucas Hoon, analistas da XP Investimentos, o resultado foi sólido, impulsionado pelo forte desempenho do setor de logística em meio a crise da covid-19, principalmente após o crescimento do e-commerce.
“Na frente operacional, a Log conseguiu locar mais 125 mil m² no trimestre (absorção bruta) e atingiu uma baixa taxa de vacância de 3,0% (50 pontos-base abaixo do trimestre anterior). A inadimplência permaneceu baixa em 0,2% no quarto trimestre. Sobre sua carteira de clientes, a companhia continua com uma carteira de locatários diversificados setorialmente, mas também com alta exposição às empresas de e-commerce (11% dos locatários são dedicados exclusivamente ao e-commerce)”, defende a XP.
Já de acordo com a Levante Ideias de Investimentos, a receita líquida e o Ebitda foram marginalmente inferiores ao consenso, porém o lucro líquido veio acima do esperado devido ao efeito da marcação à mercado sobre o valor justo das propriedades.
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Fischer admitiu o impacto contábil no resultado. “Marcamos o valor dos nossos ativos no quarto trimestre, e isso acabou passando pela [Demonstração de Resultados do Exercício] DRE. Houve uma queda de taxa de juros, o que impactou o valor dos imóveis”, comenta.
Todavia, a Levante ressalta que, em comparação ao restante do setor, a Log apresentou margens operacionais saudáveis e robusta geração de caixa, medida pelo Lucro Líquido Caixa (FFO, na sigla em inglês).
“Os números trimestrais reafirmam o sólido modelo de negócios da Log CP e sua posição diferenciada no mercado logístico de galpões brasileiro. A companhia demonstrou habilidade para se aproveitar da expansão do e-commerce, que foi acelerada pela pandemia e o consequente isolamento social, e das deficiências da malha logística brasileira para acomodar essa mudança de paradigma de consumo”, avaliam os analistas.
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Fischer conta que não tem medo da concorrência no setor, pois a Log já estava bem posicionada antes que o negócio de alugar balcões para o comércio eletrônico entrasse no radar dos empresários.
“Aumentar a área locada em um setor que se concentrou muito na região Sudeste é um trabalho para décadas de investimentos. A nossa concorrência atual são os galpões de baixa qualidade, de onde o varejista digital está fugindo em busca de maior qualidade”, conclui.
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