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A expressiva votação que elegeu Arthur Lira o novo presidente da Câmara nesta segunda-feira (1º) é uma demonstração de força do presidente Bolsonaro, que apostou todas as fichas na candidatura mas, também, do centrão, cujo poder de barganha ganhou novas dimensões.
Ao atingir um número próximo ao quórum constitucional — foram 302 votos para o deputado do PP —, Lira passa a carregar consigo a perspectiva de aprovação de propostas complexas como PECs.
As promessas feitas pelo Executivo aos deputados tiveram peso fundamental no resultado.
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Como expoente do centrão, Lira irá buscar o pagamento de todas as faturas empenhadas pelo governo, para si mesmo e para seus apoiadores.
Para transformar a vitória em governabilidade, será preciso que Bolsonaro cumpra os compromissos firmados com os deputados que entregaram os votos na candidatura de Lira — foram prometidos bilhões em emendas e desde cargos em agências em municípios do interior até espaços no primeiro escalão do governo.
Essa será a base da relação do Palácio do Planalto com a Câmara nesses dois anos: deputados bem atendidos podem fazer avançar a agenda do governo; caso contrário, nada andará.
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Dois fatores, porém, não podem ser desconsiderados nessa equação. O primeiro é o empenho do presidente da República em defender a agenda de reformas. Sem isso, é pouco provável que a pauta econômica de Paulo Guedes possa avançar, ainda que Lira não apresente resistências a priori em negociar esses temas.
O outro ponto fundamental é a popularidade de Bolsonaro, a bússola que costuma guiar a postura de partidos com o perfil do centrão, que não apoiam determinado governo por questões ideológicas, mas pelos dividendos que isso pode trazer.
O presidente terá de se equilibrar entre a austeridade fiscal proposta por Guedes e a necessidade de manter um nível razoável de aprovação para sobreviver junto à sua nova base.