CoronaVac: Insumos chineses para produzir mais doses devem chegar 3 de fevereiro, diz diretor do Butantan

Ainda segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, remessa seria suficiente para produzir 8,6 milhões de doses

Allan Gavioli

(Divulgação/Governo de São Paulo)
(Divulgação/Governo de São Paulo)

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SÃO PAULO – Nesta terça-feira (26), Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, deu mais detalhes sobre os prazos de entrega dos insumos vindos da China que irão permitir a continuidade da produção da CoronaVac pelo Instituto Butantan.

A CoronaVac é a vacina contra Covid-19 desenvolvida através da parceria entre o instituto paulista e o laboratório chinês Sinovac.

Em coletiva de imprensa, Covas afirmou que a chegada de 5,4 mil litros de matéria-prima da China é esperada para o dia 3 de fevereiro. Esses insumos correspondem a lotes do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), principio ativo do imunizante e fundamental para a produção dos imunizantes.

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O diretor afirmou que a liberação está acontecendo da forma “mais rápida possível” e que as próximas entregas serão agilizadas quando o imunizante for devidamente registrado para uso definitivo na China, algo que deve acontecer nas próximas semanas, na avaliação do diretor do Butantan. Na sequência chegará outro volume, este de 5,6 mil litros, segundo Covas. A data da chegada desde novo lote, porém, não foi especificada.

Após o recebimento dos insumos, o processo de produção, envase e distribuição das novas doses leva, em média, 20 dias. Portanto, novas doses só devem ter a produção finalizada em cerca de 23 de fevereiro. De acordo com Covas, datas estão dentro do cronograma planejado pelo Butantan.

Quantas vacinas teremos com esses insumos?

Anteriormente, Covas havia afirmado que número de doses que pode ser produzido a cada mil litros de vacina era de 1 milhão. Na coletiva de hoje, Covas falou em até 8,6 milhões de doses com 5,4 mil litros. Com as novas projeções de Covas, mil litros do IFA conseguiriam gerar 1,6 milhão de doses.

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A divergência entre os números, ainda segundo o diretor, está na quantidade de doses que cada frasco de vacina possui e quantas pessoas podem ser de fato vacinadas com esse montante.

“Cada dose leva 0,62 ml da vacina. Mas a aplicação das doses é de 0,5 ml por pessoas. Um frasco com 10 doses rende 12 aplicações, por isso a diferença. Se houver uma grande observação de quem aplica a vacina, teremos a possibilidade de imunizarmos 12 pessoas com um frasco de 10”, explicou Covas.

CoronaVac no Brasil

O Butantan já forneceu 6 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde, que marcaram o início da vacinação contra Covid-19 no país.

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Na última sexta-feira (22), o instituto começou a distribuição de mais 4,8 milhões de doses que receberam o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a aplicação.

O contrato entre Sinovac e Butantan fala na produção de 46 milhões de doses no primeiro semestre de 2021. Há uma possibilidade de estender esse contrato para mais 56 milhões. Porém, a extensão acontece apenas se houver interesse do Ministério da Saúde em adquirir as outras doses, explicou Covas.

Responsabilidade por trazer insumos

A coletiva marcada por João Doria (PSDB), governador de São Paulo, para apresentar detalhes sobre as datas de importação dos insumos foi agendada para um dia após uma publicação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a confirmação do acordo com a China para a liberação dos insumos.

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Na última segunda-feira (25), Bolsonaro publicou um post em sua conta oficial do Twitter adiantando a resolução diplomática com os chineses e parabenizando ministros do seu governo. O fato, no entanto, não foi bem visto pelo governo paulista.

Doria rebateu Bolsonaro na mesma rede social, chegando a dizer que a ação do governo federal foi “oportunista” e que o mérito da negociação precisava ser dado ao Instituto Butantan e ao governo paulista. Na coletiva de hoje, Doria manteve o tom de crítica sobre a condução da pandemia pelo Ministério da Saúde e pelo Governo Federal. Doria reafirmou que o mérito pela aquisição da CoronaVac deve ser do Instituto Butantan.

“Todo relacionamento com a China e com a Sinovac foram conduzidas pelo Instituto Butantan. Apesar de todas as manifestações contrárias do Governo Federal, já temos a vacina. (…) Foi um investimento do Governo de São Paulo. Até o momento, não recebemos um centavo do Ministério da Saúde”, afirmou o governador. “O contrato assinado com o Ministério da Saúde tem data de duas semanas atrás. Antes, não havia contrato nenhum. Mas já estávamos produzindo a vacina por conta própria”, completou Covas.

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Doria convidou Yang Wanming, Embaixador da China no Brasil, para participar da coletiva e dar algumas palavras sobre a relação entre o pais asiático, o governo de São Paulo e o Ministério da Saúde. Wanming descartou disputas políticas na autorização de insumos vindos da China.

“Gostaria de destacar que os avanços significativos da cooperação entre Sinovac e Butantan. Neste momento, a CoronaVac está sendo aplicada em todo Brasil. E o seu uso demonstra que a nossa cooperação beneficia todo o povo brasileiro”, afirmou o embaixador. “Atualmente, o Brasil é um dos países mais vacinados do mundo. Em relação à autorização dos insumos da vacina, acredito que todos sabemos muito bem que se trata de uma questão técnica, e não política.”

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.