(Este texto foi enviado na newsletter do Stock Pickers no último sábado, 9 de janeiro de 2021. Para receber, clique aqui e cadastre gratuitamente seu melhor email).
Começamos 2021 riscando um item da nossa lista de resoluções para o ano, ao finalmente montarmos a lista com todos os livros recomendados na história do Stock Pickers. O excel com as 154 obras citadas em nossos programas está fixada no topo do nosso grupo do Telegram (se você ainda não está lá, é só clicar aqui. Custa zero reais).
Fiquei impressionado com o alcance que a lista teve, mas uma mensagem em especial me chamou muito atenção, não só pelo currículo do mensageiro mas pelo argumento que ele usou para “fisgar” minha atenção ao sugerir um livro para nossa biblioteca.
A sugestão foi tão boa que o livro já se tornou a 155ª indicação da nossa lista.
A indicação foi do Daniel Gewehr, que acumula no Santander os cargos de diretor-gerente, head de estratégia de ações no Brasil e América Latina e head de research no Brasil. Ele sugeriu o livro “The Long Good Buy: Analysing Cycles in Markets”, do Peter C. Oppenheimer.
Gewehr definiu a obra como um “Howard Marks quantificado”, pois mensura os retornos dos ciclos de mercado. Foi aí que ele fisgou minha curiosidade – afinal, quem viu nossa lista sabe que Howard Marks é autor do livro com o maior número de indicações em nosso programa (“O Mais Importante para o Investidor”, 10 recomendações).
“The Long Good Buy” é um livro bem novo, foi publicado 30 de abril de 2020. O autor é chefe de estratégia global de ações e head da research macro do Goldman Sachs, banco que trabalha desde 2002. Ele está no mercado desde 1985 e acabou de publicar seu primeiro livro.
Enquanto folheava (digitalmente) a versão gratuita do livro no Kindle, Gewehr gentilmente me enviou um resumo que ele fez sobre o “The Long Good Buy” e que ele enviou para uma lista de clientes como “mensagem de feliz natal” (fica a dica: achei muito mais original do que aqueles GIFs animados que chegam nas caixas de entrada).
Segue abaixo as os principais trechos do resumo do Daniel Gewehr feito sobre o livro “The Long Good Buy: Analysing Cycles in Markets”:
“Este é um excelente livro que discute os ciclos de forma quantitativa e prática. O autor divide os ciclos de ações em quatro fases, que refletem os diferentes drivers à medida que o ciclo econômico se desenvolve: (1) fase de desespero, quando o mercado se move do pico para o vale (“bear Market”); (2) fase de esperança, geralmente um período curto (10 meses nos EUA, na média), quando o mercado se recupera de sua depressão. Normalmente é quando são obtidos os maiores retornos do ciclo, apesar dos indicadores macroeconômicos e os lucros das empresas continuem deprimidos; (3) fase de crescimento, quando o crescimento dos lucros finalmente aparece e puxa o retorno das ações (geralmente é o período mais longo: em média 39 meses nos EUA e 29 meses na Europa); e finalmente (4) a fase de otimismo, a parte final do ciclo, quando os investidores se tornam cada vez mais confiantes (ou complacentes) e as avaliações tendem a subir novamente e superar o crescimento dos lucros (normalmente, essa fase já dura 25 meses nos EUA)”.
O poder dos dividendos. “Reinvestir dividendos é uma das maneiras mais poderosas de aumentar a riqueza a longo prazo. Desde a década de 1970, ~ 75% do retorno total do S&P 500 pode ser atribuído a dividendos reinvestidos e ao poder de capitalização.”
(imagem disponível na versão gratuita do livro na Amazon)
Estilos de investimento ao longo do ciclo. “Na página 93, o autor mostra como as empresas ‘value’ têm uma ‘underperformance’ (performance abaixo da média do mercado) na fase de otimismo (a 4ª e última fase do ciclo, citada acima). Nesta parte final do ciclo, os valuations tendem a se expandir na bolsa mesmo com a desaceleração no crescimento do lucro (as ações de ‘growth’ normalmente têm valorizações relativas maiores). Por outro lado, um crescimento econômico mais forte está geralmente associado a um melhor desempenho de ações de ‘value’ pois estas são frequentemente mais cíclicas.
A longa boa compra (a frase que dá nome ao livro). “Analisando janelas de 10 anos, as ocorrências de retornos negativos em ações caem drasticamente para 3%. Ou seja, investidores que podem assumir posições de longo prazo tendem a ter um bom retorno mesmo diante dos altos e baixos típicos de um ciclo – inclusive podem aproveitar os ciclos de queda para conseguirem uma “compra longa e boa“. O retorno total médio anualizado para ações dos EUA desde 1860 tem sido de cerca de 10% ao ano, em um horizonte de tempo de 1 a 20 anos. Para os títulos do governo americanos de vencimento de 10 anos, o retorno médio fica entre 5% e 6% nos mesmos períodos. Embora no curto prazo o retorno ajustado à volatilidade seja muito mais baixo para ações do que para títulos do governo, no longo prazo os investidores geralmente são recompensados por assumirem riscos”.
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