As lições dos fundadores da IP Capital e da Velt Partners para jovens investidores

Entre as principais recomendações, Roberto Vinhaes e Mauricio Bittencourt destacaram o foco no longo prazo e na gestão nos bastidores da companhia

Mariana Zonta d'Ávila

Mauricio Bittencourt, sócio da Velt (divulgação)
Mauricio Bittencourt, sócio da Velt (divulgação)

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SÃO PAULO – O primeiro contato com o mercado financeiro pode ser intimidador. Com diversas classes de ativos, diferentes regulamentações, métricas e players, saber mais sobre a trajetória bem-sucedida de profissionais com décadas de estrada é sempre bem-vindo para aqueles que estão começando a investir.

Durante live promovida nesta terça-feira (24) pela BRASA, associação de estudantes brasileiros no exterior, os fundadores das gestoras de recursos IP Capital Partners, Roberto Vinhaes, e Velt Partners, Mauricio Bittencourt, elencaram algumas das principais lições que marcaram suas trajetórias no mercado financeiro.

Fundada em 1988, a IP Capital foi a primeira empresa independente de gestão de recursos constituída no Brasil e tem em seu DNA a obsessão por encontrar empresas excepcionais para os seus portfólios, seja no Brasil ou no exterior, afirmou Vinhaes, atualmente na Nextep Investimentos.

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Já a Velt surgiu em 2007, como M Square, inspirada no modelo da IP e na filosofia do “value investing” de Warren Buffett. A gestora trocou de nome em 2018 após uma reestruturação societária iniciada em 2016, quando a M Square foi cindida em duas empresas: M Square Internacional e M Square Brasil.

Confira a seguir as cinco lições dos gestores para os jovens investidores:

1. Não subestime a importância das pessoas

“Pessoas, pessoas, pessoas”. Essa é uma das métricas mais importantes que deve ser analisada ao investir em determinada empresa, segundo o fundador da IP Capital.

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Isso vale tanto para a questão da governança corporativa, de forma a conhecer as pessoas por trás da companhia, como ao longo do desenvolvimento de uma carreira profissional, disse Vinhaes.

A avaliação é compartilhada por Bittencourt, que afirma que são as pessoas que constroem e também destroem. “É muito importante pensar nisso quando você está investindo, como também no início da carreira, de forma a se associar às pessoas certas e escolher bons mentores, que vão ajudar você a se desenvolver.”

2. Determine sua vantagem competitiva

Com um imenso leque de países, setores e companhias para investir, o investidor que quiser analisar todos os ativos tende a não conseguir estudar nenhum da maneira completa.

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Vinhaes argumenta que o investidor precisa definir seu círculo de competência e que, mesmo que tenha conhecimentos diversos, deve escolher aquele que domina com mais profundidade e focar seus esforços nele.

“Não acredito em ter equipes grandes. O portfólio precisa ter entre dez e 12 empresas. Tem gente que fala que acompanha 250, acho difícil.”

3. Busque inovação e pioneirismo

Foi a busca pelo pioneirismo que levou a IP Capital Partners a questionar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ser a primeira gestora brasileira a implementar a figura do gestor de recursos independente no país, em 1988, recordou o fundador da casa.

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Criado na “escola IP”, Bittencourt conta que muitos dos princípios que aplica hoje na Velt foram aprendidos na época em que trabalhava ao lado de Vinhaes. Um deles diz respeito a inovar.

“Desafie o status quo. Se não tem regulamentação, tente criar. Se não conhece a pessoa, dê um jeito, mostre a sua cara. Não tenha medo de inovar e buscar construir algo que ainda não existe”, disse Bittencourt.

4. Tenha visão de longo prazo

No universo dos investimentos, ter um horizonte voltado para o longo prazo é o que vai garantir melhores retornos e evitar que o investidor desvie do objetivo final, em meio a possíveis tentações durante o percurso.

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“O longo prazo é amplificador. Se desviar alguma hora, pode perder o rumo. É preciso muita disciplina”, afirmou Vinhaes.

Bittencourt explica que é preciso ouvir e saber o que está acontecendo no curto prazo, mas com firmeza para diferenciar o ruído dos sinais mais concretos.

“O longo prazo um dia chega, então se prepare para ele e use os juros compostos a seu favor”, reforçou Vinhaes.

5. Rigor analítico

Segundo Bittencourt, antes de tomar qualquer decisão financeira, é fundamental que o investidor tenha elevado rigor analítico.

Ao estudar a companhia com profundidade e analisar suas métricas, o investidor precisa ter clareza e segurança sobre o que sabe de fato, e o que outras pessoas não estão enxergando, afirmou o fundador da Velt.

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