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Na semana dos contrarians da bolsa, Daniel Alberini, gestor da CTM Investimentos, deu uma aula sobre Cielo para os mais de mil e trezentos espectadores que o acompanhavam no Coffee & Stocks de hoje e ainda detalhou os motivos para ela ser uma das maiores posições dos fundos da pequena gestora de Curitiba.
Com 18 anos de experiência no mercado financeiro, Alberini já esteve presente no episódio 15 do Stock Pickers “Como é a bolsa fora do eixo Faria Lima-Leblon”. Naquela ocasião, ele falou sobre seu investimento em Energisa Mato Grosso, empresa impossível de vender (literalmente) dada a baixíssima liquidez, e a companhia de produtos esportivos Cambuci (dona das marcas Penalty e Stadium).
“Para ser um contrarian você precisa de um ativo e de uma habilidade. O ativo é o “tempo” e a habilidade é a “paciência”. Tempo e paciências são fundamentais nesse tipo de tese”, iniciou o gestor.
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Dando nome aos bois, Alberini contou que segurou Unipar por cerca de dois anos até o papel começar a se valorizar: “As pessoas me perguntavam ‘e aquele teu siri que só anda de lado?’. Ela demorou para andar, mas quando o mercado percebeu, levou 3 anos para se multiplicar por 10”. Com uma fatia de 8% no CTM Estratégia FIA e 22% no Ultra Performance CTM, mais arrojado que a estratégia anterior, Cielo é a bola da vez para Alberini.
“O mercado adora criar temas, a própria Cielo foi de queridinha à cachorro de bêbado do mercado – todo mundo acha feio e ninguém quer olhar. Todo mundo diz que o setor de maquininha vai acabar e que o processo de meios de pagamentos não vai mais existir, mas essa tese já não é válido quando eu vejo que o Warren Buffett está com 8% da Stone […] É a famosa orelhada, ninguém sabe o que está acontecendo, mas todo mundo fala a mesma coisa e vira verdade”.
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Para o gestor, depois de ficar muito tempo “deitada em berço esplêndido” como líder de um mercado sem concorrência como se fosse uma estatal do setor, Cielo viu uma série de barreiras regulatórias sendo quebradas e a competição crescer nos segmentos em que atua.
Após a entrada de Stone e PagSeguro, e o acirramento de competição com Getnet e Rede no setor, as ações de Cielo saíram de R$ 25 para R$ 5, em linha com a queda de lucro da empresa, que saiu de R$ 5 bilhões para R$ 1 bilhão.
“Nós compramos em fevereiro e março por não entender como Cielo pode valer R$ 14 bilhões com 40% de Market-share do setor, enquanto Pagseguro vale R$ 67 bi e Stone R$ 62 bi em valor de mercado sendo que somadas as duas têm 15% de participação no setor. O mercado precifica que Stone e Pags vão conquistar todo o Market-share da Cielo, o que seria um cenário de destruição da marca. Nosso cenário apresenta uma estabilização de margens e crescimento pequeno. Com isso a ação deveria valer R$ 8.”
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Para o gestor, a companhia começou a mostrar que está de volta ao jogo, tem tamanho para dar suporte de crédito aos lojistas e ainda conta com a “opcionalidade” de virar uma “fintech” após entrar com pedido para se tornar uma emissora de cartões. Em parceria com a Elo, operadora de cartões com 15% de participação em um setor dominado por Visa e Mastercard, a Cielo vai oferecer conta corrente digital gratuita, serviços e facilidades para os seus lojistas.
Para Alberini, o maior risco do case hoje é a possibilidade de um fechamento de capital. Como os dois maiores acionistas de Cielo hoje são dois bancos (Bradesco e Banco do Brasil), o gestor acharia difícil o papel ser avaliado por mais de R$ 8 a ação, caso houvesse uma OPA (“Oferta Pública de Aquisição”, o contrário de IPO) de recompra de ações.
Confira tudo o que foi conversado no Coffee & Stocks de hoje clicando na imagem abaixo.
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O Coffee & Stocks é transmitido todo dia útil ao vivo às 7:15 da manhã no Instagram do Stock Pickers. Ele é apresentado pelo idealizador do Stock Pickers, Thiago Salomão