(Bloomberg) — As consequências do coronavírus incutiram medos nas pessoas mais ricas do planeta. A maioria pretende restringir viagens e morar mais perto de familiares, em um mundo que, na visão desse grupo, será permanentemente alterado pela pandemia.
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Entre os ricos sondados em uma pesquisa do UBS Group, mais da metade revela o temor de não ter liquidez suficiente se ocorrer outra pandemia. Um percentual semelhante de entrevistados expressou preocupação em relação a deixar dinheiro suficiente para seus herdeiros.
O sentimento de crise é “muito pessoal”, disse Bonnie Park, responsável por planejamento de fortunas do UBS nas Américas. “Nos EUA especificamente, 82% dos investidores sentem que suas vidas mudaram para sempre.”
Sem dúvida os pobres e as classes trabalhadoras sofrem os maiores impactos das consequências econômicas da Covid-19, que desencadeou a maior contração econômica desde a Grande Depressão e dezenas de milhões de demissões. Entre os abastados investidores entrevistados, 70% disseram que foram afetados financeiramente pela pandemia e 36% deles descrevem o impacto como “significativo.”
Os investidores mais jovens se revelaram desproporcionalmente mais afetados pela turbulência da Covid. Mais de 70% dos millennials ricos disseram que suas finanças foram prejudicadas pela pandemia e uma fatia semelhante acha que precisará trabalhar mais para compensar as perdas sofridas, em comparação com apenas 34% dos chamados baby boomers (geração nascida entre 1946 e 1964). Os millenials entrevistados se mostraram duas vezes mais propensos a ajudar financeiramente familiares e amigos do que a geração mais velha.
Oportunidade de compra
Apesar do estrago no patrimônio líquido, a maioria dos investidores abastados enxerga a volatilidade das bolsas como oportunidade de compra.
“Vimos alguns investidores saírem do mercado acionário e 60% deles se arrependem disso”, disse Jeff Scott, chefe de pesquisa para clientes do UBS. “É melhor seguir seu plano do que agir reativamente no mercado.”
Investimentos à parte, os ricos esperam mudanças permanentes em seus estilos de vida após o coronavírus. Mais de dois terços estão preparados para trabalhar remotamente, enquanto 70% preveem viajar menos no futuro e pouco mais de metade planeja se mudar para perto da família.
Os europeus expressaram maior intenção de se afastar das cidades e morar em áreas menos povoadas. Na Europa, mais da metade dos entrevistados revelaram esse desejo, comparado com 30% dos americanos ricos.
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