Gás natural boliviano ficará 9% mais caro, diz Petrobras

O repasse ao consumidor será imediato, mas a percentagem não foi detalhada. Combustível importado representa 50% do volume demandado

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAUO – Depois de reajustar em abril o preço do gás natural produzido no Brasil na ordem de 20%, a Petrobras anunciou, na última quarta-feira (3), que aumentará em 9% o preço cobrado aos distribuidores para o combustível vindo da Bolívia. O repasse ao consumidor será imediato, mas a percentagem não foi detalhada.

“Será uma alta ‘cheia’, mas que deverá ser compensada, em parte, pela desvalorização do dólar diante do real”, afirmou a diretora de Gás e Energia da estatal, Graça Silva Foster, em sua primeira entrevista coletiva à imprensa depois que assumiu o cargo em substituição a Ildo Sauer.

Importação

Atualmente, o Brasil importa da Bolívia cerca de 30 milhões de metros cúbicos diários de gás natural. O contrato, que tem validade até 2019, prevê reajustes trimestrais com base na variação de uma cesta de óleos no mercado internacional. Com o aumento, a estatal deverá passar a pagar cerca de US$ 6 por milhão de BTUs (unidade térmica britânica) – aí já incluídos os custos do transporte.

Continua depois da publicidade

Como o petróleo voltou a subir e bateu recorde histórico ao ultrapassar a barreira dos US$ 80 por barril no mercado internacional, houve esse aumento significativo, que passou a vigorar a partir da última segunda-feira (1º).

De acordo com a Abegás (Associação Brasileira das Empresas de Gás Canalizado), cerca de 50% do volume de gás consumido no Brasil vêm da Bolívia. De uma maneira geral, indústrias consomem quase 70% do gás natural. Veículos ficam com 15%. Os 20% restantes são divididos entre residencial, comercial, geração de energia elétrica, entre outros.

A associação ainda não definiu se vai se manifestar sobre os possíveis impactos ao consumidor.

Continua depois da publicidade

Demanda

Graça negou que a estatal adote uma política de contenção do crescimento da demanda usando aumentos sucessivos de preços. “O que é necessário é o equilíbrio entre a oferta e demanda, para que possamos ter retorno e continuarmos a investir nas atividades de exploração e produção. Para isso, nós precisamos nos tornar competitivos e sustentáveis no negócio de gás”, disse à Agência Brasil.

“Acabou aquele negócio de que vamos gastar e consumir gás, pois há incentivos e subsídios. Não é dessa forma que é feito. O que nós estamos fazendo agora é trabalhar oferta e demanda de forma racional e comprometida com o mercado”, concluiu.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.