ABGNV: menor oferta de gás tem objetivo de estimular o uso de biocombustíveis

Petrobras negou a informação, afirmando que a idéia é garantir fornecimento a usinas termelétricas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A ABGNV (Associação Brasileira do Gás Natural Veicular) acredita que a diminuição no fornecimento em 17% de gás natural pela Petrobras às distribuidoras do Rio de Janeiro e São Paulo é, na verdade, uma forma de desestimular o consumo do combustível e abrir espaço para biocombustíveis desenvolvidos pelo governo. A estatal desmentiu que seja esse seu intuito e atribuiu a menor oferta do produto à maior necessidade de sua utilização por parte de termelétricas, que sofrem com falta das chuvas.

“São vendidos no Brasil cerca de sete milhões de metros cúbicos de GNV por dia. Se analisarmos esse total no uso de automóveis médios, são aproximadamente 13 milhões de litros de álcool não vendidos por dia. Talvez isso esteja incomodando”, explicou o diretor-superintendente da associação, Antonio José Mendes.

Queima

O gás natural é um subproduto que acompanha o petróleo. No momento da extração do sedimento, ele é liberado. Porém, não é possível armazenar o produto, sendo necessário seu transporte imediado por meio de gasodutos. Ocorre que quando não é possível transportá-lo por conta da ausência dos dutos, é preciso queimá-lo para que polua o ar o mínimo possível.

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“De 13 a 15 milhões de metros cúbicos são queimados por dia. De onde vem essa ordem?”, questionou Mendes. A assessoria de imprensa da Petrobras admitiu que às vezes não é possível aproveitar o combustível durante a exploração, mas que trabalha para garantir uma melhoria na malha nacional de transporte do produto. De qualquer maneira, não soube informar quanto essa queima representa no total da produção.

Gerador de incertezas

A Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado) classificou a atitude da Petrobras em diminuir o fornecimento como “arbitrária” e que a ação foi um grande gerador de incertezas sobre os investimentos da indústria como um todo.

“Os volumes destinados aos mercados industrial, comercial automotivo e residencial, já eram fornecidos pela estatal muito antes da definição dos novos contratos flexíveis. As companhias distribuidoras vinham desenvolvendo este mercado cumprindo a definição do Plano de Massificação do Gás Natural, desenvolvido pela própria Petrobras”, explicou o presidente da entidade, Armando Laudorio, por meio de nota.

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Em sua avaliação, é necessário definir as atribuições e limites de cada elo da cadeia produtiva da indústria do gás – definição que deve constar em um Marco Regulatório, disciplinado por uma lei específica.

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