Após a Petrobras diminuir fornecimento de gás, Brasília começa a vender GNV

SÃO PAULO – Pouco menos de duas semanas depois de a Petrobras afirmar que não possui gás suficiente para atender à demanda e decidir reduzir em 17% o volume fornecido a três grandes distribuidoras do Rio de Janeiro e de São Paulo, postos de combustível de Brasília inciaram, na última quinta-feira (8), a venda de GNV.

Mesmo diante do próprio governo ter desaconselhado a conversão dos carros para a tecnologia, o presidente da Companhia de Gás de Brasília, Paulo Gomes, não crê que a falta do produto atingirá os moradores de Brasília. “O contrato obriga a empresa a trazer o gás. A Petrobras tem deixado claro nessa crise que ela está cortando o gás excedente ao acordado.”

Preço

O metro cúbico do GNV vendido nos postos da capital federal custa R$ 1,79, quase 60% a mais do que o valor cobrado em São Paulo (R$ 1,132) e 35% mais caro do que o comercializado no Rio (R$ 1,317). Pela média nacional, de R$ 1,359, o preço é 30% maior.

Segundo Gomes, esse valor será reajustado anualmente, de acordo com a inflação. “Não haverá alterações com as variações de preços do gás da Bolívia. O nosso fornecimento está todo regido por um contrato com a Petrobras.”

Rio e São Paulo

Na avaliação do especialista, o problema no fornecimento envolve apenas Rio de Janeiro e São Paulo. “Lá existe sim uma distorção que cresceu muito em relação ao mercado industrial, residencial e comercial”, afirmou à Agência Brasil.

Conforme a petrolífera, a decisão em reduzir o volume vendido à CEG, CEG-Rio e Comgás foi motivada pela necessidade de abastecer usinas termelétricas. A medida garantiu economia na ordem de 2,3 milhões de metros cúbicos por dia.

O projeto para a venda do GNV no Distrito Federal começou em 2003. Segundo o presidente da Cebgas, foram investidos R$ 100 milhões.