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(Bloomberg) — O ambicioso sonho da Alphabet de criar uma cidade do futuro no passeio marítimo de Toronto acabou. Milhões de dólares e anos de lobby não foram suficientes, e a Sidewalk Labs, unidade de planejamento urbano da gigante da tecnologia, fechou o projeto oficialmente na quinta-feira.
O motivo declarado foi o efeito da pandemia de coronavírus nos preços dos imóveis. Sem poder vender espaços de escritórios e residências no empreendimento de maneira rentável, o projeto não era viável, disse o CEO da Sidewalk Labs, Dan Doctoroff, em publicação num blog.
Mas, mesmo antes de o vírus se propagar pelo mundo, as ambições da Sidewalk em Toronto haviam sido reduzidas significativamente. Anos de oposição de ativistas de privacidade e urbanistas, bem como a reação de integrantes proeminentes da indústria de tecnologia do Canadá, relegaram à Alphabet um terreno de menos de 5 hectares que só teria espaço para alguns edifícios residenciais e comerciais.
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O fracasso da Sidewalk Labs destaca até que ponto a aceitação de grandes empresas de tecnologia e sua influência sobre nossas vidas mudaram nos últimos anos. Se uma empresa como a Alphabet, com seu talento e recursos, não conseguiu levar adiante um projeto como esse, não está claro que alguém possa.
“Gostaria de pensar que esta é a derrota da cidade de propriedade privada”, disse Greg Lindsay do NewCities, um think tank de políticas urbanas e professor convidado da escola de políticas de transporte da NYU.
Privacidade e controle sobre dados digitais de uma pessoa são uma preocupação mais comum do que há apenas dois ou três anos. Ideias que inicialmente pareciam futuristas e empolgantes para muitos, agora estão sendo questionadas, com políticos mais propensos a buscar apoio para atacar empresas como Google, Facebook e Amazon.com do que defendê-las.