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SÃO PAULO – A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quinta-feira (9) que dará seis meses de carência para financiamentos de imóveis novos, tanto para pessoas físicas, como jurídicas.
A novidade faz parte do pacote de novas medidas focadas especialmente no crédito imobiliário na tentativa de combater os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus.
Pedro Guimarães, presidente da Caixa, estimou que esses seis meses de carência para pessoas e empresas devem ajudar a manter o emprego de 1,2 milhão de trabalhadores da construção civil e deixou um recado para as empresas do setor. “Temos um compromisso com as construtoras, mas não aceitaremos demissões, queremos proteção para o funcionário. Se o funcionário enfrentar problemas ou houver demissões essas regras não valem para a empresa”, disse em coletiva feita nesta manhã.
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A Caixa também informou que tem R$ 43 bilhões destinados aos programas de crédito imobiliário, além dos R$ 111 bilhões anunciados anteriormente para novas linhas de crédito.
“Isso nunca aconteceu e a Caixa mostra alinhamento com o momento de crise que o país enfrenta. Parte da nossa base de clientes é de pessoas com menor renda, por isso, todas as medidas que estamos anunciado valem para todos os clientes em todas as linhas de renda incluindo pessoas jurídicas. Nossa preocupação é com a manutenção de empregos, com os empréstimos e com o programa habitacional. São um total de R$ 154 bilhões para auxiliar os brasileiros. Vamos manter o equilíbrio nesse momento”, afirmou o presidente.
Ainda, Guimarães deixou claro que o banco estenderá prazos e flexibilizará medidas caso a crise se estenda. “A Caixa vai agir e reagir à crise. Se a situação ficar mais grave, poderemos sim ampliar as linhas de crédito para garantir o auxílio a todos”, disse.
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Veja as medidas anunciadas no âmbito do crédito imobiliário:
Pessoas físicas
Para as pessoas físicas, a Caixa disponibilizou algumas opções:
a) A principal medida é a carência de 180 dias para quem desejar comprar imóveis novos. “A novidade vale para qualquer cliente da Caixa, sendo Minha Casa Minha Vida ou média renda. Estamos dando uma folga para o brasileiro realizar o sonho da casa própria”, diz Jair Luiz Mahl, vice-presidente de Habitação da Caixa.
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b) As pessoas podem solicitar uma pausa de até 90 dias do pagamento de contratos de crédito: vale para qualquer linha de crédito imobiliário do banco e para todos os clientes. “De clientes do Minha Casa Minha Vida aos clientes de média renda, todos estão contemplados”, reitera Mahl.
Caso os clientes não queiram suspender seus respectivos pagamentos de parcelas, a partir de segunda-feira (13), a Caixa também informou que será possível fazer o pagamento parcial das parcelas. “Nesse caso, o cliente precisa entrar em contato com a Caixa por telefone e informar sua opção e o valor do pagamento”, diz. Telefone de contato Caixa: 0800 726 0101.
c) Clientes que estão construindo de forma individual a casa própria serão vistoriados com modelos digitais. “Faremos vistoria de forma não física para proteger funcionários e clientes”, diz Mahl.
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d) Inadimplentes de contratos de crédito imobiliário que não conseguiram pagar as parcelas há mais de 61 dias a partir de segunda-feira (9) terão acesso a pausa de pagamentos também por até 90 dias. “Esses clientes serão contatados ou podem entrar em contato com a Caixa para solicitar o serviço temporário. Nosso objetivo evidente é manter os contratos da Caixa ativos e ao mesmo tempo passar por esse período. Por isso, queremos dar a condição para os cliente, mesmo o que tem prestações atrasadas”, diz o vice-presidente.
Todas as demais medidas entram em vigor a partir desta segunda-feira (13).
Empresas
As medidas anunciadas para as pessoas jurídicas valem para pequenas, médias e grandes construtoras.
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a) Prazo de carência de 180 dias para início das obras e para iniciar a amortização da dívida das obras concluídas. “Sabemos que o investimento do empresário para iniciar a obra é alto e queremos ajudá-lo a manter seu calendário”, diz Mahl.
b) Antecipação do financiamento pessoa jurídica em valor equivalente a até três meses do cronograma de obra a executar. “A construtora pode solicitar a antecipação desse valor e nós auxiliaremos por meio desses R$ 43 bilhões que estarão disponíveis. Isso gera liquidez para a construtora e uma folga no fluxo de caixa nesse momento difícil”, afirma Mahl.
c) Liberação de recursos de financiamentos não utilizados anteriormente. “Construtoras que já tinham contrato com a Caixa e não tinham usado o recurso de financiamento por qualquer motivo podem solicitar a partir de segunda-feira”, diz o vice-presidente.
d) Prorrogação do cronograma físico-financeiro das obras. “A empresa fica à vontade para reescalonar, reconfigurar a obra sem prejuízo e sem custo adicional à Caixa”, diz Mahl.
e) Pagamento parcial dos encargos por 90 dias. “Como na pessoa física, se a empresa não quiser suspender os pagamentos integralmente, pode optar por continuar pagando parte das parcelas. Também devem entrar em contato com a Caixa”, diz o executivo.
f) Antecipação de até 20% do financiamento em novos empreendimentos.
“Queremos dar uma tranquilidade para as empresas e para os empregados da construção civil, mantendo o setor relevante pra o PIB brasileiro e ativo, e dando condições para que as construtoras possam continuar operando”, afirma o vice-presidente de habitação.