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Zig Ziglar disse que não existe elevador para o sucesso – você precisa usar as escadas. No entanto, um estudo recente realizado pela McKinsey mostrou que o maior impedimento para a igualdade de gênero nas empresas são os “degraus quebrados”.
Esqueça aquela história do “teto de vidro”, que falava da dificuldade para as mulheres de conseguir cargos altos de liderança, como CEO. O que o levantamento revelou foi que a principal barreira, na realidade, é o crescimento para cargos de gerência, logo no início da carreira.
O relatório, realizado nos EUA em parceria com a Fundação Lean In, da COO do Facebook, Sheryl Sandberg, calculou que para cada 100 homens promovidos ou contratados para gerente pela primeira vez, apenas 72 mulheres conseguiam o mesmo feito. O resultado é que no total, 62% dos cargos de gerência são ocupados por homens.
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No Brasil, a proporção é semelhante. Segundo dados do Ministério da Economia, as mulheres ocupam 42,4% dos cargos de gerência, 13,9% de diretoria e 27,3% de superintendência.
A McKinsey tratou esta questão como um problema sistêmico – e disse que ele não está no radar dos empregadores e departamentos de RH. Sabe aquela história de que não existem tantas mulheres qualificadas para cargos mais altos? Esta razão é comumente apontada para termos menos mulheres CEOs do que homens. No entanto, este novo estudo mostra o motivo claro para isto: não existem mesmo tantas opções, pois as mulheres começam a ficar para trás logo no início da sua carreira.
O problema não tem nada a ver com mérito. No Brasil, as mulheres estudam, em média, um ano e meio a mais do que os homens e correspondem a 60% da população universitária. Diversos estudos mostram que, na realidade, a maior trava é a maternidade. No entanto, temos que enxergar, como sociedade, formas de trazer mais diversidade para as empresas – isto pode, inclusive, ser bom para os negócios (vide esta minha coluna).
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O que fazer então? A consultoria listou uma série de soluções para este desequilíbrio: a definição de metas pelas empresas para promover e contratar mulheres, com critérios claros; e o preparo de candidatas mulheres para cargos de gerência. Esta última alternativa já existe em diversas companhias, mas focada para cargos de alta liderança.
Ou seja: não basta olhar apenas para o que as mulheres precisam fazer para crescer profissionalmente. Trazer mais resultados, investir longas horas no escritório ou em um belo networking são fundamentais para todos – homens e mulheres. Contudo, precisamos rever a estrutura e as políticas das empresas para trazer mais igualdade de gênero e diversidade. Para o sucesso, todos precisamos subir as escadas – mas a vista panorâmica não pode ficar apenas para um grupo.