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SÃO PAULO – Enquanto os índices de inflação no Brasil costumam medir os preços de forma geral, sem considerar o poder aquisitivo da população, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) se preocupa com a população de baixa renda.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em cumprimento a determinações legais, vem desde setembro de 1979 produzindo o INPC.
Sua abrangência é a população que ganha de um a seis salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, cujo chefe de família seja assalariado em sua ocupação principal e resida nas áreas urbanas das regiões analisadas: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Goiânia.
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População sensível
A razão maior para que o INPC tenha como referência populacional as famílias que ganham entre um e seis mínimos é a importância de ter um indicador que reflita com precisão os efeitos das variações de preços nos grupos mais sensíveis.
Isso porque estes grupos são aqueles que gastam grande parte de seus rendimentos com consumo de itens básicos como alimentação, transporte e remédio. Confira, abaixo, o peso de cada despesa em seu indicador de inflação:
- Alimentação: 33,10%;
- Despesas pessoais: 13,36%;
- Vestuário: 13,16%;
- Habitação: 12,53%;
- Transporte e comunicação: 11,44%;
- Artigos de residência: 8,85%;
- Saúde e cuidados pessoais: 7,56%.
Como se chega aos pesos?
Depois de escolhida a população-objetivo do índice, é preciso determinar sua cesta padrão. Para tal, foi realizada uma POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) entre julho de 2002 e junho de 2003 em uma amostra de domicílios pertencentes às onze áreas já citadas.
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Durante sete dias, foram analisadas todas as despesas efetivamente pagas pelas famílias. Nas onze áreas, foram pesquisados cerca de 7.221 domicílios. Destes, 2.099 possuíam chefes assalariados e rendimento mensal entre um e seis salários mínimos.
O INPC é calculado do dia 1º ao dia 30 de cada mês, seguindo o seguinte procedimento:
Procedimento para cálculo do INPC do mês e de mais de um mês |
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Passo 1 – são calculados os onze índices regionais. |
Passo 2 – é calculado o INPC do mês, através da média aritmética ponderada dos onze índices. É utilizada como ponderação a população urbana residente de cada estado e parte das populações não coberta pelo SNIPC pertencentes à mesma grande região. Este valor expressa a variação mensal do custo de vida das famílias da população objetivo. |
Passo 3 – uma vez calculado o INPC do mês, para se obter o INPC do semestre, por exemplo, são multiplicados os INPCs obtidos no semestre de referência. O resultado desta multiplicação expressa a variação semestral do custo de vida das famílias da população-objetivo. |
Fonte: IBGE |
Coleta de dados
É o SNIPC (Sistema Nacional de Preços ao Consumidor) que efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.
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Além disso, são utilizadas informações de concessionárias de serviços públicos e domicílios, estes últimos para levantamento de dados sobre aluguel e condomínio.
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