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SÃO PAULO – Diversas recomendações de ações movimentam o noticiário na sessão desta terça-feira, com destaque para a recomendação do Credit Suisse para a JBS e BR Properties, enquanto Itaú BBA avaliou positivamente a proposta de dividendos extraordinários do Bradesco e os novos movimentos da Marisa. Já o JPMorgan cortou preço-alvo das ações da Ambev e o Bradesco BBI vê ponto de inflexão para a Ultrapar.
Confira os destaques das recomendações:
JBS (JBSS3)
O Credit Suisse iniciou a cobertura das ações da JBS com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) em um extenso relatório chamado “O campeão do rodeio”.
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O preço-alvo estabelecido é de R$ 40,00 para doze meses, o que representa um potencial de valorização de 28,7% frente o último fechamento. “Acreditamos que a companhia deverá continuar a mostrar lucros operacionais fortes, que levarão a um aprimoramento da posição de caixa”, avalia o Credit.
A despeito dos efeitos resultantes da gripe suína africana, a JBS deverá manter resultados consolidados fortes, na avaliação do Credit Suisse, projetando incremento nas margens das operações tanto no Brasil quanto nos EUA.
Mas, além disso, caso a companhia liste suas operações internacionais nos EUA, deve ainda acelerar o seu ritmo de aquisições, o que fará com que haja uma mudança em seu patamar, avaliam Victor Saragiotto e Felipe Vieira, analistas do banco suíço.
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Para os analistas, a JBS USA, que responde por 51% da receita total da empresa, aumentará sua margem para perto de 10%, ante 8% no ano passado, levando em conta o incêndio que paralisou uma grande operação da concorrente Tyson.
Por outro lado, há um otimismo contido sobre a Pilgrim’s Pride, produtora de frango que a empresa controla nos Estados Unidos, além da operação de suínos.
“Não há consenso no mercado sobre a queda real da produção de carne suína chinesa e o efeito nos preços internacionais. No entanto, a elevação de 6% nos preços da carne suína na China nos últimos 30 dias (alta de 97% desde março de 2019) nos deixa à vontade em assumir que a febre suína ainda está longe de ser resolvida,” escreveram os analistas Victor Saragiotto e Felipe Vieira.
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Ao avaliarem que os impactos no mercado de proteínas da gripe suína na China parecem ser persistentes, há espaço para novos aumentos de margem, o que tornaria potencialmente o ano de 2020 como um dos melhores da história da empresa.
Segundo aponta o Credit, a expansão do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) deve ter alta de 14% na base anual em 2020, totalizando R$ 21,3 bilhões.
Os analistas ainda apontam a lista de financiamentos e injeções de capital do BNDES na JBS. O banco de fomento investiu R$ 5,6 bilhões na JBS, hoje com um valor de de mercado de R$ 85 bilhões. O banco de desenvolvimento possui 21% da empresa a um custo de R$ 7,25 por ação, enquanto o ativo negocia atualmente a R$ 31.
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Vale destacar que, na véspera, o Bradesco BBI elevou os preços- alvos para 2020 das ações da JBS, de R$ 28 para R$ 35. Em relação ao Marfrig, o preço-alvo foi elevado de R$ 8 para 12. A recomendação ao papéis, entretanto, permanece neutra. No último fechamento, os papeis da JBS fecharam cotados a 31,55 e da Marfrig em R$ 11.87.
“Acreditamos, no entanto, que no caso da JBS uma nova reavaliação poderia ser impulsionada por uma listagem nos EUA ou por fusões e aquisições em alimentos processados”, escreveram os analistas Leandro Fontanasi, Thiago Mello e João Grandi.
Segundo os analistas, a revisão reflete o melhor desempenho nos EUA, com margens mais altas para a carne bovina em 2019-21, dado um incêndio recente na fábrica da Tyson Foods e uma oferta mais robusta de gado até 2021. Além disso, 17 novas plantas de carne bovina foram aprovadas para exportação à China.
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Bradesco (BBDC4)
A proposta de um dividendo extraordinário de R$ 8 bilhões foi destacada pelo Itaú BBA, que possui recomendação equivalente à compra para os ativos BBDC4, com preço-alvo de R$ 45, ou um potencial de 38% em relação ao fechamento da última segunda-feira.
Eles apontam que a nova política de dividendos é alcançar uma estrutura ideal de capital e retornar o excesso de capital para os acionistas.
“Vemos o anúncio como positivo porque aumenta a visibilidade da política de dividendos, aumenta o retorno sobre o patrimônio líquido (dado que o Bradesco terá uma base de capital menor) e reduz a chance de fusões e aquisições”, apontam os analistas, liderados Marcos Assumpção.
De acordo com a equipe de análise, a medida provavelmente aumentará a confiança dos investidores na capacidade do Bradesco de manter um ROE igual ou superior a 20% no curto prazo.
Além disso, avaliam, possivelmente mais está por vir, com possibilidade do Bradesco pagar outro dividendo extraordinário de R$ 6 bilhões se o seu capital Tier I (ou capital principal), cair para 13%.
Ambev (ABEV3)
O preço-alvo para Ambev foi reduzido de R$ 21,50 para R$ 20,00 após o JPMorgan revisar suas expectativas de volume de curto prazo para incorporar o ambiente macroeconômico mais difícil, especialmente na Argentina e no Brasil, escreveu o analista Lucas Ferreira em nota, mantendo recomendação neutra para a ação.
As estimativas de médio/longo prazo da Ambev também foram revisadas para incorporar as novas previsões econômicas do JPMorgan.
O JPMorgan espera que o terceiro trimestre da Ambev seja fraco operacionalmente, com volumes de cerveja no Brasil registrando alta de 2% na base de comparação anual.
A recomendação neutra reflete o mercado brasileiro de cerveja ainda fraco, ambiente competitivo desafiador estruturalmente e piora do cenário macro da Argentina.
Tegma (TGMA3)
O Itaú BBA reafirmou em relatório o rating outperform para as ações da Tegma, com a introdução de um preço-alvo de R$ 43 para 2020, superior aos R$ 28,8 para 2019.
“Somos construtivos na divisão automotiva da Tegma, tanto em volumes quanto em maior eficiência operacional, o que deve aumentar as margens no futuro”, destacam os analistas Renata Faber, Thais Cascello e Julia Hupperich.
Segundo os especialistas espera-se que uma melhoria operacional contínua, com baixas necessidades de investimentos, proporcionando uma geração de caixa significativa e possibilitando uma posição financeira ainda mais saudável.
“Nosso preço-alvo implica um potencial positivo de 34,4%, e vemos a negociação de ações em 13,3x P / E e 8,1x EV / EBITDA em 2020. Também estimamos um rendimento de dividendos muito atraente e retornos sólidos”, destacaram.
Ultrapar (UGPA3)
O Bradesco BBI destacou em relatório a clientes que enxerga grandes chances de um ponto de inflexão no lucro por ação e na desalavancagem para a Ultrapar em 2020. Segundo o analista Vicente Falanga, em quatro cenários distintos para o Ibovespa poderá ocorrer ganhos no lucro por ação: otimista (+63%), base (+39%), mercado (+27%) e pessimista (+7%). A análise considera um lucro de R$ 1 bilhão em 2019.
“Com tantos fatores errados em 2019 e a alta exposição da dívida da Ultrapar ao CDI, acreditamos que as chances de um ponto de inflexão para o lucro por ação (EPS) em 2020 são altas, mesmo em meio a uma economia lenta. Mais importante, vemos a Ultrapar se aproximando de um caminho de desalavancagem, com menor investimento operacional, resultante de maiores contratos de descontos e o fim de um ciclo de investimentos na Oxiteno”, escreveu o Bradesco.
O crescimento do lucro deve ser amplamente sustentado por taxas mais baixas de CDI, para as quais a Ultrapar possui R$ 8,5 bilhões em exposição total da dívida, a maior entre as três distribuidoras com capital aberto. A recomendação para a Ultrapar é outperform, com preço-alvo de R$ 26.
Marisa (AMAR3)
O Itaú BBA avalia que a varejista Marisa vem apresentando “sinais encorajadores de recuperação”, com tendências mais saudáveis de vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), em um ambiente de melhoria das condições macroeconômicas, melhor percepção do cliente e crescimento do comércio eletrônico.
O analista Thiago Macruz avalia que a empresa apresenta os “primeiros passos de uma reviravolta”, o que o levou a restabelecer a cobertura do papel da Marisa, com recomendação de Outperform e a introdução de um preço-alvo para 2020 de R$ 13 para as ações, o que implica em um potencial de alta de 35%.
Movida (MOVI3)
Na primeira edição da XP Institutional Meetings, realizada nos dias 3 e 4 de outubro (veja o relatório), a Movida destacou ver como baixas as chances do Projeto de Lei da Venda Direta ser aprovado, que determina que veículos adquiridos com descontos das montadoras só poderiam ser revendidos a partir de dois anos da aquisição.
“No entanto, caso seja aprovado, a empresa possivelmente entraria com novas alternativas de geração de receita durante o período estendido”, destaca a XP em relatório.
Em relação à entrada de montadoras no segmento de aluguel de veículos, o movimento já aconteceu no exterior, mas a empresa não espera que essa tendência se replique no Brasil. A diversificação e o mix são menos favoráveis para as montadoras. Além disso o movimento envolve altos investimentos e expertise diferente da atual.
A XP Investimentos possui recomendação de compra para os ativos.
BR Properties (BRPR3)
O Credit Suisse também restabeleceu a cobertura para a BR Properties, com recomendação outperform e um novo preço-alvo de R$ 15,20 – ou um potencial de alta de 30%. Os analistas avaliam que a companhia está no caminho certo para ver um crescimento dos seus aluguéis nos próximos anos, principalmente na cidade de São Paulo.
A companhia deve registrar uma melhor dinâmica de receita líquida, com receitas contratadas do WeWork, Caixa e Stone no segundo semestre e um possível aumento nas receitas caso a Petrobras continue no empreendimento Ventura Corporate Towers, localizado no Rio de Janeiro, avalia o analista. No Rio, a BR Properties conseguiu garantir uma queda na vacância em seus ativos mais importantes.
(Com Bloomberg)
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